O pescoço da girafa
Por Michelson Borges - www.criacionismo.com.br
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Ontem, minha esposa e eu levamos nossas duas filhas ao Zoológico de São Paulo. É impossível não ficar maravilhado com a diversidade de seres vivos e com a criatividade estética de Deus, ao ver tantos animais bonitos e diferentes. Desta vez, o que mais me chamou a atenção foram as girafas. Por dois motivos: primeiro, pela “simpatia” delas, que chegaram bem perto e posaram para as câmeras fotográficas; segundo, porque eu nunca as tinha visto de tão perto e ao contemplá-las, pude lembrar de algumas coisas que havia lido sobre esse animal fascinante.
Interessante é que já foi provado cientificamente que não existe musculatura do pescoço que seja capaz de suportar o tamanho do pescoço das girafas e que se elas abaixassem a cabeça teriam um aneurisma cerebral. Mas elas bebem água, se deitam... e o pescoço delas desafia a lei da gravidade todos os dias! Ou seja, girafas não deviam existir! Mas eu as vi com meus olhos.
A girafa é atualmente o mais alto animal do mundo, chegando a medir quase seis metros, o que faz dela também o maior ruminante terrestre, chegando a pesar mais de mil quilos. Mas o que sempre chama atenção mesmo é o pescoço delas, tanto por fora como por dentro.
Apesar de ter cerca de três a quatro metros, o pescoço da girafa se sustenta em apenas sete vértebras cervicais, típicas na maioria dos mamíferos. Parece incrível, mas a girafa tem o mesmo número de vértebras do pescoço de um rato! A única diferença é que na girafa eles são mais longos e bem maiores.
Grande também é o coração da girafa: pode pesar até 11 quilos e medir 60 centímetros de comprimento e oito centímetros de espessura nas paredes. É um dos maiores corações do mundo! E isso porque o sangue da girafa precisa ser bombeado com muita força para chegar à cabeça do animal. Mas isso ainda não é o mais incrível. Lembre-se que eu disse que ao abaixar a cabeça, a girafa poderia ter um aneurisma. Poderia.
Para que o sangue chegue até o cérebro da girafa, o aparelho circulatório dela dispõe no pescoço de muitos vasos sanguíneos com alças (divertículos) que controlam o fluxo sangüíneo para cima e para baixo – são como válvulas que ajudam o sangue a subir até o cérebro e a descer, compensando o rápido aumento de pressão quando a cabeça está abaixada.
O valor médio da razão pressão sistólica/pressão diastólica, nas girafas, é de 260/160. Esse valor, comparado com o valor médio de uma pessoa – 120/80 – classificaria a pescoçuda como hipertensa. No entanto, essa hipertensão é uma condição necessária para suprir o cérebro do animal com sangue quando o pescoço está levantado.
Naquele passeio ao zoológico, concluí mais uma vez que esse sistema circulatório superavançado teria que funcionar bem desde o primeiro momento. Do contrário, não haveria girafas para serem admiradas e fotografadas hoje em dia.
Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br). |